Hoje vamos falar sobre um assunto relacionado ás águas subterrâneas. Você sabe o que é HIDROGEOLOGIA? O conceito de Hidrogeologia foi introduzido pelo inglês Joseph Lucas (1877), como o ramo da geologia que estuda as águas subterrâneas.
As águas subterrâneas são aquelas que ocorrem abaixo do nível de saturação ou nível freático, presente nas formações geológicas profundas totalmente saturadas. O estudo das águas subterrâneas inclui o movimento da água em meios não saturados nos quais a distribuição de umidade desempenha papel importante no ciclo hidrológico e nos processos geológicos.
Ciclo Hidrológico
O ciclo hidrológico refere-se ao movimento das águas superficiais e subterrâneas. Esse sistema a qual a natureza faz a água circular do oceano para a atmosfera e para os continentes, de onde retorna para o oceano, apresentam um começo e fim indefinidos. A evaporação a partir dos vegetais, das superfícies líquidas expostas, incluída a superfície terrestre, e do oceano formam nuvens, que retornam a água à superfície da terra ou oceanos em forma de precipitação que ocorre nas formas de chuva, neve e granizo.
Este ciclo é determinado no solo e subsolo pela ação da gravidade, bem como pelo tipo e densidade da cobertura vegetal e, na atmosfera e superfícies líquidas (rios, lagos, mares e oceanos), pelos elementos e fatores climáticos, como: temperatura do ar, ventos, umidade relativa do ar, insolação, que são responsáveis pelos processos de circulação da água dos oceanos para a atmosfera, em cada latitude terrestre.
Distribuição Vertical da água no solo
Abaixo da superfície do terreno, a água contida no solo e nas formações geológicas é dividida ao longo da vertical, em duas zonas horizontais, zona saturada e zona não saturada, de acordo com a proporção relativa do espaço poroso que é ocupado pela água (Figura 02).
Zona Saturada
A zona saturada fica abaixo da superfície freática e nela todos os vazios existentes no terreno estão preenchidos com água.
Zona de aeração ou zona não saturada
Essa zona situa-se entre a superfície freática e a superfície do terreno,é nela que os poros estão parcialmente preenchidos por gases e água. Dividem-se em três partes:
Franja Capilar: se estende da superfície freática até o limite de ascensão capilar da água. A espessura depende da distribuição de tamanho dos poros e da homogeneidade do terreno. Na parte inferior próximo a superfície freática os poros encontram se praticamente saturados. Já nas partes superiores somente os poros menores estão preenchidos com água, de modo que o limite superior dessa zona tem uma forma irregular.
Zona Intermediária: compreendida entre o limite de ascensão capilar da água e o limite de alcance das raízes das plantas.
Zona de água no solo: chamada de zona de evapotranspiração fica entre os extremos radiculares da vegetação e a superfície do terreno. A sua espessura, portanto pode variar de poucos centímetros, na sua ausência de cobertura vegetal, até vários metros, em regiões de vegetação abundante.
Zona de Saturação
Aquífero: é uma formação geológica que contém água e permite que quantidades significativas dessa água se movimentem no seu interior em condições naturais.
Aquiclude é uma formação que pode conter água (até mesmo em quantidades significativas), mas é incapaz de transmiti-la em condições naturais.
Aquitardo é uma camada ou formação semipermeável, delimitada no topo e/ou na base por camadas de permeabilidade muito maior. Pode ocorrer uma filtração vertical ou drenança.
Aquífugo aplica-se a uma formação impermeável que nem armazena nem transmite água.
Classificação dos Aquíferos
Os aquíferos podem ser classificados como confinados drenantes e não drenantes, não confinados e suspensos.
Os aquíferos confinados não drenantes são aquíferos cujas camadas superior e inferior, são impermeáveis.
Os aquíferos confinados drenantes são aqueles onde pelo menos, uma das camadas limítrofes é semipermeável, permitindo a entrada ou saída de fluxos pelo topo e/ou pela base, através de drenança ascendente ou descendente.
Aquíferos livres ou não confinados são aqueles cujo limite superior é a superfície de saturação ou freática na qual todos os pontos se encontram à pressão atmosférica.
As áreas de recargas dos aquíferos confinados correspondem a aquíferos livres através dos quais os excessos de água da chuva conseguem penetrar por infiltração. Os aquíferos livres também se classificam em drenantes (ou de base semipermeável) e não drenantes (ou de base impermeável).
Aquífero suspenso é formado sobre uma camada impermeável ou semipermeável de extensão limitada e situada entre a superfície freática regional e o nível do terreno.
Aquíferos em diferentes Tipos de Rochas
A forma como as rochas armazenam e transmitem a água subterrânea influencia diretamente a sua qualidade. No território brasileiro existem diferentes tipos de aquíferos, dividido em Domínios Hidrogeológicos (Figura 03). Existem basicamente três formas em que a água ocorre no subsolo. Corresponde aos aquíferos em rochas ígneas e metamórficas, aquíferos em terrenos fraturados-cársticos, e aquíferos em rochas sedimentares (Figura 04).
Água Subterrânea em Rochas Sedimentares
No domínio dos sedimentos consolidados, as rochas mais importantes como aquíferos são aquelas que apresentam de regular a boa permeabilidade. A rochas pouco permeáveis, como arenitos muito argilosos e siltitos, comportam se com aquitardos, devido a sua baixa capacidade de transmissão de água. Os argilitos e folhelhos, por serem praticamente impermeáveis, classificam se como aquicludes.
Arenitos formam aquíferos regionais que armazenam grandes quantidades de águas potáveis. As formações areníticas de maior expressão hidrogeológica possuem origens diversas, incluindo ambientes fluviais, eólicos, deltaicos e marinhos.
Água Subterrânea em Rochas Carbonáticas
As rochas carbonáticas ocorrem nas formas de calcário e calcário dolomítico. Quase toda dolomita tem origem secundária e resulta da alteração da calcita. As rochas carbonáticas apresentam porosidades variáveis de 20% a 50%. A condutividade hidráulica primária de calcários e dolomitos não fraturados é geralmente inferior a 10 – 7 m/s, o que representa uma baixa capacidade de transmissão de água subterrânea. Porém apresenta uma significativa condutividade hidráulica secundária, produzida por fraturas resultantes de movimentos tectônicos, ao longo das quais a circulação de agua subterrânea atua dissolvendo a calcita e a dolomita.
Água Subterrânea em Rochas Ígneas e Metamórficas
As rochas ígneas e metamórficas quando sólidos e não fraturados apresentam porosidades praticamente nulas. Os vazios intercristalinos condicionantes da porosidade são mínimos e não interconectados.
Espero que tenham gostado do nosso texto de hidrogeologia, em breve teremos mais!! Deixe seu comentário!!
Referencia Bibliográfica
FEITOSA, F. A. C.; MANOEL FILHO, J. (Coord.). Hidrogeologia: Conceitos e Aplicações. 2. ed. Recife: CPRM: LABHID-UFPE, 2000.
CLEARY, Roberty W. Águas Subterrâneas. Tampa FL: Marques Saraiva, 2007. 112 p.