Entender os processos que fundem e ressolidificam as rochas é essencial para compreender como a costra terrestre se forma. Após várias teorias, hoje sabemos que as rochas ígneas fundem-se nas partes profundas da crosta e do manto e ascendem até a superfície.
As rochas ígneas se formam em centros de expansão (Ex: Dorsal Mesoatlântica, Islândia), onde as placas tectônicas se afastam, nos limites convergentes (onde acontece subducção) e em pontos quentes (Ex: Vulcão de ponto quente, Parque Nacional dos Vulcões, Havaí) material quente do manto que sobe até a crosta.
Os petrólogos usam dois termos para se referir a rocha fundida:
- MAGMA, que descreve misturas de líquidos e qualquer cristal que esse líquido contenha em suspensão, o termo refere-se ao conjunto de estados sólidos e líquidos da matéria presente na lava;
- LÍQUIDO MAGMÁTICO, diz respeito apenas ao material liquefeito, livre de qualquer material sólido que possa estar em suspensão ou associado a ele.
Uma rocha não se funde completamente, independente da temperatura que foi inserida. A composição de cada uma é diferente, e podem ser compostas por vários minerais distintos, o que nos leva a uma fusão parcial pois cada mineral se funde a uma temperatura diferente.
A pressão aumenta a temperatura de fusão da rocha e a presença de água a reduz. Como a rocha fundida é menos densa que a rocha sólida, o magma ascende pela rocha encaixante e gotas de magma agrupam-se para formar câmaras magmáticas.
Uma vez que diferentes minerais cristalizam-se a diferentes temperaturas, a composição do magma muda á medida que ele se resfriar e diversos minerais são retirados por cristalização.
Tipos de Rochas Ígneas
- Rochas intrusivas: são aquelas que se consolidaram e se solidificaram sem atingir a superfície terrestre, dessa forma seu resfriamento é mais lento, o que ocasiona em maior tempo para o crescimento e formação dos cristais;
- Rochas extrusivas: essas rochas se formam na superfície terrestre a partir dos materiais que são ejetados do vulcão, por isso também podem ser chamadas de rochas vulcânicas. Esse material irá sofrer rápido resfriamento, não dando tempo adequado para os grãos se formarem. Sendo assim, os seus grãos são mais finos ou de aparência vítrea.
Essas duas categorias são diferentes tipos de texturas que dependem exclusivamente do tempo de resfriamento e consequentemente do local onde a rocha é formada.
Processo de formação das rochas ígneas
As lavas que sofrem erupção geralmente se solidificam em três tipos principais de rochas ígneas:
- Basálticas: este é o tipo mais comum de magma, ele é produzido ao longo de dorsais mesoceânicas e em pontos quentes dentro de placas, bem como em vales em rifte continental. Devido a sua alta temperatura e seu baixo teor de sílica, a lava basáltica é extremamente fluida. Esse tipo de lava varia de acordo com a condição que resfria, podem ser “Pahoehoe” e “Aa”.
- Andesíticas: Os magmas andesíticos são produzidos principalmente nos cinturões de montanhas vulcânicas acima de zonas de subducção, exemplo: Andes – América do Sul. Seu conteúdo de sílica é mais alto, devido a isso seu fluxo é mais lento.
- Riolíticas: magmas riolíticos são produzidos em zonas onde o calor do manto fundiu grandes volumes de crosta continental. É o tipo de lava mais rica em sílica, dessa forma é a mais viscosa. Movem-se 10x mais lentamente e tende a acumular formando depósitos espessos.
Parâmetros para classificar as rochas ígneas
Tamanho do grão
A granulometria representa a medida quantitativa do tamanho dos minerais constituintes de rochas ígneas, esses podem ser classificados em:
- Grossa: Granulometria de 1 a 10 mm. Muitas rochas de natureza plutônica possuem granulometria em torno de 6 mm, se encaixando nesta categoria. As rochas ígneas com granulometria maior do que 10 mm são raras.
- Média: Granulometria de 0.2 a 1 mm. Esta categoria granulométrica quantitativamente não é bem definida, sendo variável de acordo com cada autor. Na prática, muitas rochas descritas como de granulometria média são compostas de minerais de tamanho visível a olho nu ou a lupa, porém, são pouco difíceis de serem identificados.
- Fina: Granulometria menor do que 0.2 mm. Normalmente, as rochas compostas de minerais com tamanho dos grãos invisíveis a olho nu ou a lupa são descritas como de granulometria fina.
- Fanerocristalina: A rocha é constituída por minerais de tamanho distinguível, ou seja, identificável a olho nu ou em lupa. Todas as rochas de granulometria grossa e uma parte das rochas de granulometria média se encaixam nesta categoria.
- Afanítica: A rocha é composta de minerais de granulometria fina, sendo indistinguíveis a olho nu ou em lupa. Em muitas publicações, a expressão textura afanítica é utilizada para expressar textura da massa fundamental de rochas porfiríticas.
- Microcristalina: A rocha é constituída por minerais de tamanho distinguível, ou seja, são identificáveis à lâmina delgada. Quando o tamanho dos minerais constituintes da rocha é maior do que a espessura da lâmina (25 a 30 µm), cada mineral é identificável.
- Criptocristalina: A rocha é composta de minerais de granulometria muito pequena, sendo menor do que a espessura da lâmina delgada, e portanto, não se pode identificar ao microscópio petrográfico.
Homogeneidade granulométrica
Rochas ígneas constituídas por minerais de tamanho aproximadamente igual:
- Equigranular: A rocha é constituída por minerais com tamanho relativo aproximadamente igual, ou seja, a granulometria é homogênea;
- Inequigranular: possuí duas granulometrias distintas;
- Porfirítica: A rocha é constituída por minerais com duas granulometrias distintas, minerais grandes e pequenos. Os minerais grandes, normalmente menos freqüentes, são denominados fenocristais, e os pequenos, que constituem a maioria, são chamados de massa fundamental.
Índice de cor
Corresponde à soma dos minerais máficos e minerais acessórios, não incluindo muscovita, apatita e carbonatos primários, isto é, a soma pura dos minerais máficos e os opacos:
- Leucocrática: 5-35%
- Mesocrática: 35-65%
- Melanocrática: 65-90%
- Ultramelanocrática: >90%
Cristalinidade
- Holocristalina: A rocha é composta inteiramente de cristais. A maioria das rochas ígneas se encaixa nessa categoria. Todas as rochas plutônicas são holocristalinas;
- Hipocristalina: É chamada também de hialocristalina: A rocha é constituída por uma mistura de cristais e vidro. As rochas hipocristalinas são formadas através de resfriamento rápido do magma. Determinadas rochas constituintes de lavas são hipocristalinas. Os prefixos hipo e hialo significam, respectivamente, pouco e vítreo;
- Vítrea: É chamada também de holohialina. A rocha é composta quase inteiramente de vidro, o que significa resfriamento magmático extremamente rápido. Algumas rochas vulcânicas constituintes de lavas, tais como a obsidiana, são vítreas.
Saturação em sílica
É a classificação da rocha quanto à saturação em sílica, identificada através da presença de minerais silicáticos saturados (minerais não deficientes em sílica), insaturados (deficientes em sílica), e sílica livre (através da presença de quartzo):
- Supersaturada: presença de quartzo;
- Saturada: presença de piroxênios e feldspatos;
- Insaturada: feldspatóides.
Teor de sílica
Podem ser classificadas, quanto a porcentagem de SiO2 presente na rocha em:
- Ácida: >65% SiO2;
- Intermediária: 52 a 65% SiO2;
- Básica: 45 a 52% SiO2;
- Ultrabásica: <45% SiO2;
Minerais essenciais, acessórios e secundários
Nosso “resumão” termina por aqui, sentiu falta de alguma coisa? Escreve aqui nos comentários que vamos adicionar.
Valeu!!
Referências bibliográficas:
GROTZINGER, John; JORDAN, Tom. Para Entender a Terra. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.
GILL, Robin. Rochas e processos ígneos: Um guia prático. Porto Alegre: Bookman, 2014.
UNESP. Rochas magmáticas. Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/museudpm/rochas/magmaticos/magmaticas.html>. Acesso em: 03 set. 2017.
Parabéns pelo artigo. Muito bom. Sugiro apenas que acrescente sobre a fase gasosa de um magma, pude observar que só apresentou sobre a fase líquida e sólida.
OLá, obrigada por nos acompanhar. Vamos pesquisar sobre isso e tentar acrescentar da melhor forma !! Valeu pela dica 😀
MUITO BOM!!!
Muito obrigada Vitória !!
Legal, parabéns ai, gostei.. Poderia colocar mais conteúdo a respeito das gemas.
Obrigada pelo comentário, é uma boa ideia para um próximo texto! 🙂
Amanda.
Parabéns para você e os colaboradores.
Olá Clelvos, muito obrigada pelo seu feedback!
Parabéns pelo trabalho!
Muito obrigada Roberto!! 🙂
Parabéns siga assim confiante e positiva
Desejo todo sucesso em sua vida profissional
Muito obrigada!!