As bacias sedimentares são áreas da superfície terrestre que sofreram ou sofrem subsidência e onde acumulam-se espessas camadas de sedimentos. A subsidência é parcialmente induzida pelo peso dos sedimentos, sendo, contudo, comandada mais intensamente por mecanismos tectônicos, como abatimento de blocos crustais em escala regional, subsidência térmica ou compensação isostática, dentre outros mecanismos .
As bacias sedimentares cobrem grande parte da superfície do planeta, atuando como uma fina camada, perfazendo, em cerca de de 75% dos continentes. Em termos clássicos, bacias vistas em planta são arredondadas ou elípticas e seu fundo é côncavo para cima; os estratos mergulham e se espessam em direção ao seu centro (depocentro).
As bacias sedimentares estão intimamente relacionadas com a posição que ocupam na placa tectônica.
Tipos de Subsidência
Os três principais mecanismos de formação de bacias sedimentares:
Compensação Litostática: efeito de carga sobre a litosfera (p. ex. capa de gelo sobre os continentes) ou desequilíbrio térmico associado com densificação da litosfera provoca um fluxo astenosférico, gerando um mecanismo de compensação isostática. Ex: Bacias relacionadas a um arco magmático (forearc); bacias cratônicas.
Subsidência mecânica: Afinamento e ruptura da crosta ou litosfera por estiramento crustal e desenvolvimento de falhamentos normais rúpteis e dúcteis. Ex: Bacias do tipo rift.
Subsidência flexural: Soerguimento de escamas tectônicas devido a colisão entre continentes gera sobrecarga na crosta ± rígida, que afunda ou flexiona, gerando uma bacia sedimentar. A largura e a espessura da bacia varia conforme a rigidez da placa.
Ex: Bacia foreland (ante-país).
Subsidência Térmica Flexural: contração termal com adensamento da litosfera durante o resfriamento da placa. Ex: Bacia de margem passiva.
Subsidência Mecânica e Térmica
Bacias Sedimentares
Um outro tipo de classificação, muito utilizado, agrupa as bacias sedimentares de acordo com seu contexto na Tectônica da Placas:
Limites divergentes de placas (margens construtivas ou passiva) – Bacias Extensionais.
Limites convergentes de placas (margens destrutivas ou ativa) – Bacias Compressionais.
Limites transformantes de placas (margens transformantes ou conservativas) – Bacias Pull Apart.
Bacias intraplaca (Bacias intracratônicas ) – Bacias Sag
Bacias de Margens Divergentes
Apresentam falhas normais, os sedimentos continentais estão na base e marinhos no topo. Vulcanismo localizado.
- Bacias Intracontinentais (Intracratônicas ou Intraplaca)
- Bacias de Rift Continental
- Bacias Oceânicas ou Rift Oceânico
- Bacias de Margem continental passiva
Bacias Intracratônicas
Ovais ou circulares, com espessura de 3 a 4 km, geralmente sem fase de rifteamento. A subsidência está relacionada a um desequilíbrio térmico do manto, com densificação da litosfera e subsidência. O padrão sedimentar está relacionado a variações do nível do mar (transgressões e regressões). Predominam sistemas siliciclásticos (regressão ) e carbonáticos (transgressão), com estruturas dominadas por ondas e marés. Altos estruturais formam sub-bacias.
Ex: Bacias do Parnaíba, Amazônica e do Paraná
Bacia Intracrâtonica
Bacias de Rift Intracontinental
Esforços extensionais intraplaca ao longo de zonas de fraqueza crustal. Afinamento litosférico. Falhas de gravidade lístricas, com geração de grabens. Forte subsidência mecânica e elevada espessura dos sedimentos (3 a 10 km). Leques aluviais, sistema fluvial (sedimentos continentais na base). Transgressão no topo, com sedimentos de ambiente marinho raso. Vulcanismo alcalino, geralmente bimodal (ácido – básico).
Depósitos minerais → paleoplacer (Au, D), fosfato, calcário, evaporitos, Fe-Mn.
Sulfetos de Cu – Pb – Zn em folhelhos com matéria orgânica (exalações de salmouras metalíferas tipo Mar Vermelho). Pb – Zn – F – Ba (Tipo Mississipi Valley) em calcários. Estágio inicial rift
Estágio pos-rift.
Estágio inicial Riftiamento
Bacias de Margem Passiva
Resultam da separação e deriva dos continentes (drift) com formação de abertura oceânica (dorsal meso-oceânica) em riftes oceânicos evoluídos;
São sismicamente inativos, pois situam-se no interior da placa oceânica;
Representam a passagem de uma crosta continental espessa para uma crosta oceânica fina;
Sedimentação marinha: transgressiva(carbonatos) e regressiva(turbiditos);
Sequência continental: fluvial, leque aluvial, eólico, deltaica e lacustre com correntes de turbidez. Vulcanismo basáltico.
Fisiografia → continente, margem continental, talude e bacia oceânica.
Bacias de Margens Conservativas
Falhas de movimento horizontal que afetam a litosfera e transferem o movimento de um limite para o outro da placa.
Bacias em sistemas de falhas entrelaçadas, bacias de terminação de falhas, bacias pull-apart em sistemas de falha em echelon, bacias transrotacionais.
Bacias de Margens Convergentes
São as áreas de sedimentação nas proximidades das zonas de subducção e dos arcos vulcânicos. A região é subdividida, com relação ao arco magmático, em região ante-arco (forearc) e pós – arco “backarc”.
- Bacia na frente do arco (Forearc)
•Bacia atrás do arco (Backarc)
•Bacia de Fossa (Trench)
•Bacia de Foreland (retroarco)
Fossa → calha com 8 a 11 km de profundidade, preenchida com sedimentos derivados do arco (turbiditos) e sedimentos pelágicos da crosta oceânica. São deformados (complexos de subducção) com melanges, ofiolitos e cinturões metamórficos pares.
Bacia na frente do arco (forearc basin) → apresenta na base sedimentos de ambiente marinho profundo (leque submarino) e no topo sedimentos de ambiente marinho raso ou não marinho (delta).
Espessura: 6 a 15 km → possui alto gradiente geotermal.
Sulfeto maciço vulcanogênico (tipo Bessi e Kuroko); sulfeto sedimentar exalativo; Mn vulcanogênico.
Arco magmático → vulcanismo andesítico – riolítico cálcio-alcalino devido a fusão parcial da placa em subducção.
Bacia atrás do arco (backarc basin) ou bacia marginal → ocorre sobre crosta continental ou oceânica, sendo extensional. Sedimentos de ambiente marinho profundo, exceto nas margens (leque submarino com detritos vulcânicos) e argilas pelágicas. Falhas normais com sedimentação diferencial lateral.
Sulfetos sedimentar – exalativo e vulcanogênicos (tipo Chipre); Fe – Mn vulcanogênico.
Bacia de retroarco (foreland) → o peso das escamas tectônicas flexiona a litosfera, sendo melhor desenvolvida em colisão entre dois continentes. É preenchida com sedimentos derivados das montanhas (molassa): clásticos continentais passando a marinho raso ou deltaico com tectonismo sindeposicional e discordâncias internas. Situa-se entre a faixa móvel e o cráton, com embasamento continental.
Urânio em arenitos; Cu – Pb – Zn em arenitos e folhelhos.
Bacia de Rift Abortado
Rifte que não se desenvolveu a ponto de se transformar em oceano aberto, conhecido como aulacógeno. Estas bacias se desenvolveram em antigo rifte no qual o movimento de tração tectônica cessou, impedindo-as de se transformar em bacias de margem continental.
Ex: Bacias do Recôncavo, Tucano e Jatobá na Bahia.
Bacias de rift abortado (aulacógenos)
Referências Bibliográficas
GABAGLIA, G.P. & MILANI, E.J. 1990 – Origem e Evolução de Bacias Sedimentares. Petrobrás, RJ.
PRESS, F.; SIEVER, R.; GROTZINGER, J.; JORDAN, T. H. Para entender a Terra. 4. ed. Bookman. Porto Alegre: , 2006. SGARBI, G.N.C, Rochas Sedimentares. In: Petrografia macroscópica das rochas Ìgneas, sedimentares e metamórficas. Sgarbi, G.N.C (Organizador). Editora da UFMG,pg. 273-446.2007.
SILVA, C, R. Geodiversidade do Brasil. Começo de Tudo. CPRM.2008.
UHLEIN. A. et. al. Estratigrafia Geral. UFMG.
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