As estruturas sedimentares são um importante atributo das rochas sedimentares, estas ocorrem nas superfícies superior e inferior das camadas. Podem ser usadas para deduzir os processos e as condições de deposição, as direções das correntes que depositaram os sedimentos, e em áreas de rochas dobradas o sentido do estrato.
Elas desenvolvem-se por meio de processos físicos, químicos, antes, durante e depois da deposição, e por meio de processos biogênicos.
Estruturas Erosivas
As estruturas desse grupo são turboglifos, sulcos e marcas de instrumentos que ocorrem na superfície inferior (sola) das camadas, estruturas de corte em geral e canais.
- Turboglifos: são facilmente identificáveis a partir de sua forma, eles são alongados a triangulares, com uma terminação arredondada ou pontiaguda contra a corrente; eles se abrem no sentido da corrente. Em seção, eles são assimétricos, com a parte mais profunda terminando no sentido contra a corrente.
- Contramarcas de sulcos: são cristas alongadas sobre a superfície inferior das camadas, variando em largura desde poucos milímetros até dezenas de centímetros.
- Marcas de objeto : estas marcas formam-se quando objetos que estão sendo carregados pela corrente entram em contato com a superfície de sedimentação.
- Marcas de escavação e superfície de erosão: estas estruturas são formadas por correntes de erosão, ocorrem sempre que as correntes são suficientemente fortes para os erodir através dos sedimentos subjacentes.
- Canais: são estruturas de escala ampla, com extensão variando de metros até quilômetros que ocorrem geralmente em sítios de transporte de sedimentos por períodos relativamente longos.
Estruturas deposicionais
Neste grupo encontram-se os acamamentos, laminação, estratificação cruzada, marcas de onda, greta de ressecamento.
O acamamento, ou estratificação, é uma feição comum dos sedimentos e das rochas sedimentares. As camadas paralelas de diferentes tamanhos de grão ou composição indicam sucessivas superfícies deposicionais. O acamamento pode ser delgado, com espessura da ordem de milímetros, centímetros ou mesmo metros.
A estratificação cruzada consiste em conjuntos de material estratificado, depositado pelo vento ou pela água, nos quais as lâminas inclinam-se em relação à horizontal segundo ângulos de até 35°. Os estratos cruzados formam-se quando os grãos são depositados sobre os planos mais inclinados, no sentido da corrente (a jusante), das dunas de areia sobre o solo, ou das barras arenosas em rios e sob o mar. A estratificação cruzada em dunas arenosas depositadas pelo vento pode ser complexa, como resultado da rápida mudança das direções do agente de transporte. A estratificação cruzada é comum em arenitos e é também encontrada em cascalhos e alguns sedimentos carbonáticos.
Tipos principais:
Estratificação cruzada tabular
Estratificação cruzada
Tipos especias:
Estratificação cruzada espinha de peixe (herringbone)
Estratificação cruzada por ondas (hummocky)
A estratificação gradacional é muito comum em sedimentos do talude continental e marinho profundo depositados por uma variedade especial de corrente de fundo chamada corrente de turbidez. Cada camada numa estratificação gradacional progride desde grãos grossos na base até grãos finos no topo.
As marcas onduladas ou ondulações são dunas de areia ou silte muito pequenas cuja dimensão mais longa está em ângulo reto com a corrente. Elas formam cristas, ou corrugações, pequenas e estreitas, geralmente de apenas um ou dois centímetros de altura, separadas por calhas mais largas. Essas estruturas sedimentares são comuns tanto em areias modernas como em arenitos antigos.
Estrutura maciça – camada que não apresenta estrutura interna.
Estratificação flaser, lenticular, wavy – ondulações areno-siltosas com deposição de
argila e laminações cruzadas.
Gretas de contração e pingos de chuva – exposição subaérea de camada argilosa causando fendas de ressecamento. Pequenas impressões causadas por pingos de chuva.
Estruturas pós-deposicionais
Escorregamentos e deslizamentos: Falhamentos sin sedimentares provocam escorregamentos e deslizamentos de sedimentos recém-depositados, com formação de brechas e camadas contorcidas.
Camadas convolutas – são estruturas de deformação plástica, com dobras atectônicas devido à compactação. Estrutura de carga e psedonódulos ocorrem na interface areia/lama, com projeções da areia mole, devido a compactação. Estruturas de escape de fluidos são dish (prato) e pilar.
Diques de arenito (diques clásticos)– são projeções verticais de areia penetrando em
camadas superiores/inferiores. São formados por preenchimento ou injeção.
Estrutura em prato: Estas estruturas consistem em lâminas encurvadas com a concavidade para cima, geralmente com largura de poucos centímetros, as quais podem estar separadas por zonas sem estruturas (os pilares).
Brecha intraformacional – durante a compactação, algumas camadas são afinadas e rompidas com os fragmentos originando brechas sedimentares. Erosão e sedimentação rápida também gera brecha intraformacional (ver desenho).
Nódulos: formam-se geralmente após a deposição de sedimentos; de fato a maior parte dos nódulos é de porções locais de cimentação.
Estruturas biogênicas (bioturbações) – feições produzidas pela atividade em vidas dos animais nos sedimentos moles ou na superfície das camadas (pistas, tubos, perfurações). Icnologia ou traços fósseis.
Estruturas sedimentares químicas – são resultado da diagênese: concreções, nódulos, estilolitos, cone em cone e septárias
Tentamos descrever as principais estruturas, sentiu falta de alguma informação? Comenta aí!Até a próxima!
Referências bibliográficas
COSTA, D. R. et al. Projeto Alto Parnaíba. Folha três Marias. CODEMIG. 2011.
PRESS, F.; SIEVER, R.; GROTZINGER, J.; JORDAN, T. H. Para entender a Terra. 4. ed. Bookman. Porto Alegre: , 2006. SGARBI, G.N.C, Rochas Sedimentares. In: Petrografia macroscópica das rochas Ìgneas, sedimentares e metamórficas. Sgarbi, G.N.C (Organizador). Editora da UFMG,pg. 273-446. 2007.
SUGUIO, K. Geologia Sedimentar. São Paulo. Blucher, 2003.
TUCKER, M. E. Rochas Sedimentares. Guia Geológico de Campo. Editora Bookman. 2014.
UHLEIN. A. et. al. Apostila de Sedimentologia e Petrologia Sedimentar. UFMG
Muito bom! XD
Obrigada!!!! Até a próxima!!!
Olá , muito bom o conteúdo, mas as imagens não estão aparecendo
Obrigada por nos avisar José !
As imagens foram novamente carregadas. Obrigada!!
Material muito bom, obrigado!!
Vocês poderiam informar a localização do afloramento “Arenito arcoseano de estratificação cruzada tabular de grande porte”? É que a imagem não está em Costa et al. (2011).
Bom dia José!!! A foto é de autoria nossa, não tinha percebido que coloquei a referencia, foi por engano. Essa foto foi tirada no município de Tres Marias – MG, em uma das estradas que corta o município. Vou olhar a localização dela e colocarei na legenda. Obrigada.
parabens pelo artigo. ate a proxima.forca
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