Com certeza você já ouviu falar ou já viu fotos deste afloramento pela internet. Hoje em dia ele é muito conhecido, se localizada no Geoparque da Costa Basca que se estende pelos municípios de Zumaia, Deba e Mutriku, na Espanha.
Sua história geológica se estende por milhões de anos porém os estudos na região foram iniciados por volta do século 19.
Podemos destacar os de Ramón Adán de Yarza, que em 1884 mostrou a importância dos materiais do cretáceo e Paleógeno de Guipúzcoa, citando entre eles as margens de Zumaia e as dobras que aparecem entre Deba e os alto de Itziar. Na primeira metade do século XX, um dos primeiros trabalhos dedicados ao estudo detalhado de fósseis de organismos marinhos, que aparecem nas rochas flysch dessa costa, é o de D. Florentino Azpeitia (1933), que descreve várias espécies encontradas em Zumaia.
Um dos pesquisadores que mais contribuiu para a divulgação de Zumaia e do flysch costeiro de Guipuzco foi o Sr. Joaquín Gómez de Llarena, professor do Instituto Peñaflorida em San Sebastián. Ele fez vários trabalhos nessa área e descreveu inúmeros fósseis, alguns deles correspondentes a novas espécies, uma das quais chamou Helminthoida zumayensis .
Após décadas de pesquisa científica, o flysch da costa do Geoparque foi reconhecido pela União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS) e pela UNESCO como um dos grandes afloramentos geológicos do planeta.
O que é Flysch?
O nome flysch foi introduzido na literatura geológica pelo geólogo suíço Bernhard Studer em 1827. Studer usou o termo para as alternâncias típicas de arenito e xisto dos Alpes. O nome vem da palavra alemã fliessen, que significa fluir, porque Studer pensava que o flysch era depositado pelos rios. A percepção de que o flysch é na verdade um sedimento marinho profundo típico de uma configuração tectônica de placas específica veio apenas muito mais tarde.
Flysch e Molassa são termos que descrevem diferentes conjuntos de fácies sedimentares associadas a cintos orogênicos.
Molassa é uma Sequência deposicional de bacia intramontanha ou marginal ao orógeno, tardi a pós-orogênica, caracterizada por sedimentação variável, em grande parte terrígena, grosseira, arcosiana, podendo contar com magmatismo e vulcanismo de tendência andesítica.
Flysch é uma sequência espessa de rochas sedimentares marinhas, caracterizada por uma alternância cíclica de camadas com grãos mais finos em direção ao topo.
A natureza cíclica do flysch é causada por características específicas do acúmulo de sedimentos, ou seja, por correntes de turbidez mais ou menos periódicas.
As camadas do flysch da região do Geoparque da Costa Basca foram formadas por sedimentação de pequenas conchas de organismos marinhos ao fundo de um mar profundo que dividia a Península Ibérica e o continente europeu. Quando eles colidiram (cerca de 40 Ma anos atrás) estes fundos marinhos subiram para formar os Pirinéus.
Veja mais fotos dessa maravilhosa formação geológica:
Se interessou pelo assunto? Tem muito material na internet sobre o assunto, inclusive vídeos! Fique com esse, dessa vista panorâmica de tirar o folego!
Saiba mais nas referências utilizadas:
http://www.geologyin.com/2019/05/flysch-sequence-formation.html
http://www.euskonews.eus/0568zbk/gaia56803es.html
Mapa geológico:
https://geoparkea.eus/site_media/pdf/Euskal_Kostaldeko_Geologia___Mapa_Flysch_and_GO_btaEHAh.pdf
https://geoparkea.eus/site_media/pdf/LIG_14.pdf
Mapa geológico:
https://geoparkea.eus/site_media/pdf/AAFF_MAPA_GEOPARKEA_CAS_BAJA.pdf
https://geoparkea.eus/es/visitas-guiadas/la-ruta-del-flysch
Um texto muito interessante que pode complementar as pesquisas em história geológica
Muito obrigada!! 🙂
Parabéns pelo artigo, ótimo conteúdo, saudações de Imperatriz – MA.