Quando a ilha vulcânica surgiu em janeiro de 2015, imediatamente chamou a atenção de cientistas da NASA interessados em entender como novas ilhas se formam e evoluem na Terra – que também pode dar pistas sobre como as paisagens vulcânicas interagem com a águas antárticas. A nova ilha tonganesa é uma das três que eclodiram nos últimos 150 anos e que sobreviveram por meses a erosão por ondas do oceano.
O pesquisador Dan Slayback, do Centro da Nasa de Voos Espaciais (NASA’s Goddard Space Flight Center), em Greenbelt, Maryland e seus colegas Jim Garvin na Goddard e Vicki Ferrini, da Universidade de Colúmbia, vinham acompanhando a ilha por satélite tentando fazer um modelo 3D de sua forma e volume conforme ela mudava com o tempo e assim entender o que a torna parcialmente resistente a erosão. No dia 8 de outubro, eles enfim se aproximaram do pequeno trio de ilhas pertencentes da Ilha de Tonga (oficialmente Reino de Tonga), no Pacífico Sul.
Dan e os cientistas e estudantes da SEA, bem como um observador de Tonga, navegaram para a costa norte mais calma da ilha, que ainda não tem nome oficial e é chamada pela combinação dos nomes de suas vizinhas, Hunga Tonga-Hunga Ha’apai. Em 9 de outubro, eles passaram o dia fazendo medições da localização, por GPS, e elevação de rochas e outros elementos erosivos visíveis na imagem de satélite
“Éramos todos como crianças em idade escolar”, disse Dan sobre sua visita. “A maior parte da ilha é formada como que por um tipo de cascalho negro. Eu não chamaria de areia porque as pedras são do tamanho de ervilhas – (Para andar no local) quase todos usávamos sandálias. Era muito doloroso sentir as pedras debaixo dos pés. Imediatamente, percebi que a ilha não era tão plana quanto parecia por satélite. É bem plana, mas ainda há algumas elevações e os cascalhos formaram alguns padrões pela ação das ondas. Há como uma argila que se estende a partir do centro. Nas imagens de satélite, você vê esse material de cor clara. É lama, é muito pegajoso. Então, mesmo que tenhamos visto, não sabíamos realmente o que era, e sua origem ainda me intriga porque não é cinza vulcânica.”
Mais tarde, Dan soube que os materiais argilosos não são inesperados. Depósitos semelhantes de lama foram observados em outros pequenos vulcões oceânicos, como um produto de intemperismo causado por chuvas tropicais que lavam partículas finas das elevações mais altas e as transformam em pequenos fluxos de lama que são depositados nas áreas baixas e planas ao redor da base o vulcão.
Foi coletado pequenas amostras (com permissão tonganesa) para análise mineral no Laboratório de Avaliação Não Destrutiva de Goddard, com o objetivo também de descobrir a elevação real da ilha. Usando uma unidade de GPS de alta precisão com uma unidade estável e móvel, Dan e os alunos que o ajudaram realizaram cerca de 150 medições que reduzem a localização e a elevação de cada ponto a mais de 10 centímetros. Além disso, eles usaram o drone da SEA para fazer um levantamento aéreo da ilha para outra camada de observações a ser usada para fazer um mapa em 3D de maior resolução da ilha.
Dan e o grupo só tiveram uma manhã adicional na ilha antes do mau tempo os fazer voltar para o navio. Agora de volta a Goddard, ele está processando os novos dados e desenvolvendo um modelo 3D mais realista da ilha, que ele e seus colegas usarão para descobrir seu volume e quanta cinza e material vulcânico surgiram.