A Geologia é uma ciência que possui muitas áreas de estudo, tais como a mineralogia, a geomorfologia, hidrogeologia, geofísica, a estratigrafia e muitas outras. Uma área que poucos conhecem, porém, e que vem ganhando cada vez mais força é a Astrogeologia, também chamada de Geologia Planetária ou Exogeologia.
A Astrogeologia é a ciência responsável por estudar a Geologia (em seu sentido mais amplo) dos corpos celestes. Isso pode parecer um pouco contraditório, já que a Geologia é, por definição, o estudo da Terra. Porém, é justamente todo o conhecimento que temos sobre a origem, a evolução e a estrutura da Terra que nos permite aprofundar nosso entendimento sobre os outros corpos do Sistema Solar. Além disso, o inverso também acontece, ou seja, também buscamos elucidar condições e processos que ocorreram em determinados períodos da história da Terra por meio das observações dos planetas e satélites que são nossos vizinhos. A esse método damos o nome de Planetologia Comparada.
Como são feitos os estudos da Astrogeologia?
Assim como em outras pesquisas na área da Astronomia, os estudos astrogeológicos são, majoritariamente, feitos a partir de observações.
Atualmente, há muitas técnicas e ferramentas observacionais que podem ser usadas para estudar a superfície dos corpos celestes. Uma delas é a espectroscopia, que nos permite conhecer a composição química superficial dos corpos a partir da forma como eles refletem, por exemplo, a luz solar.
Além das observações feitas da Terra, os dados obtidos a partir de missões de sensoriamento remoto são de grande importância para esse tipo de estudo. Dentre a mais diversas missões, podemos citar a missão Galileo, executada pela NASA (National Aeronautics and Space Administration) e que contava com 10 instrumentos de sensoriamento remoto, realizando, entre 1995 e 2003, órbitas nos satélites galileanos de Júpiter para a coleta de dados e imagens com diversos filtros. Foi a partir da missão Galileo que pudemos, por exemplo, descobrir que o satélite Io possui mais de 300 pontos vulcânicos ativos em sua superfície.
Uma outra forma de estudar a Geologia dos corpos celestes é por meio das amostras trazidas após missões espaciais. Só de amostras lunares, há mais de 2400 aqui na Terra, trazidas, principalmente, pelas missões Apollo 15, 16 e 17.
Amostras de Marte serão coletadas pelo veículo robotizado Perserverance, que coletará rochas e poeira do planeta vermelho e as enviará para a Terra, possivelmente, em 2031. Espera-se, a partir desse estudo, que possamos obter mais informações sobre a superfície desse planeta, incluindo possíveis sinais de vida microbiana do passado.
Qual é a importância da Astrogeologia?
A Astrogeologia nos permite estudar e relacionar os corpos celestes e suas classes, por meio de suas características superfíciais, como as atividades vulcânicas, a geomorfologia, a composição química, além de muitas outras.
A partir desses estudos e dessas relações, podemos chegar a muitas conclusões sobre o nosso Sistema Solar: como ele se formou, como se deu sua evolução e, finalmente, para que fim está caminhando.
Dessa forma, a Geologia Planetária investiga muito além daquilo que está a nossa volta, estudando não só os outros planetas, satélites, asteróides e cometas. Essa é uma ciência que tem por finalidade entender um pouco mais sobre nós mesmos: de onde viemos e para onde vamos.
Referências:
HERNANDEZ, Pedro Henrique Leal; OLIVEIRA, Vinicius De Abreu. O VULCANISMO DE IO: EVOLUÇÃO GEOLÓGICA PLANETÁRIA. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 9, n. 3, 2018.
TEIXEIRA, Wilson et al. Decifrando a terra. Oficina Textos, 2001.
Nasa Science Mars. https://mars.nasa.gov/mars2020/. Acesso em 23 de setembro de 2020.
Viviane,
Parabéns pelo seu texto. Extremamente claro e sintético.
Muito bom mesmo!
Obrigada, Angelo!
Excelente artigo! É incrível a maneira a qual buscamos novas formas de conhecer o universo.
Que bom que gostou, Ben Hur!
Sou Acadêmica de geologia, quero seguir está área, astrogeologia é um sonho❤️⚒️🌌