Arquivos do autor: Isabella Peixoto

Os movimentos de terra e solo que todos os anos provocam desastres nas cidades brasileiras fazem parte de um tipo de fenômenos naturais denominados movimentos de massa.

Os movimentos de massa ganharam destaque em janeiro de 2022 devido a tragédia ocorrida em Capitólio- MG, em que um bloco de rocha se solta do maciço rochoso e atinge turistas na represa de furnas.

O que são movimentos de massa?

São movimentos gravitacionais responsáveis pela mobilização de solo, sedimentos, vegetação ou rocha pela encosta abaixo, geralmente potencializados pela ação da água. Ocorrem basicamente quando as forças de tração, dadas pela gravidade atuando na declividade do terreno, superam as forças de resistências, principalmente as forças de atrito.

A principal força de tração que causa movimentos de massas é a força de cisalhamento, quando esta supera o atrito, ocorre o movimento (Montgomery, 1992).

Os fatores condicionantes para que ocorram os movimentos de massa são classificados em:

  • Naturais: geologia, morfologia, água, vegetação;
  • Antrópicos: execução de cortes e aterros inadequados; concentração de águas pluviais não disciplinadas; lançamento de águas servidas; vazamento na rede de água e/ou esgoto; presença de fossas; lançamento de lixo/entulho nas encostas e taludes; remoção de cobertura vegetal.

Os principais movimentos de massa existentes no Brasil são:

Rastejos, escorregamentos, movimento de blocos e corridas. Esses tipos de movimentos são definidos a seguir de acordo com Infanti Jr & Fornasari Filho (1998).

Rastejos (Creep):

movimento lento, descendente e contínuo da massa de solo de um talude, corresponde a uma deformação plástica, sem geometria e superfície de ruptura definidas. Os rastejos afetam horizontes superficiais de solo e de transição solo/rocha, como também em rochas alteradas e fraturadas.

Segundo Caputo (1988),  taludes compreendem superfícies inclinadas que limitam um maciço de terra, de rocha ou de terra e rocha, podendo ser estes naturais, no caso das encostas, ou artificiais, como os taludes de cortes e aterros. Os taludes artificiais exibem homogeneidade mais acentuada que os maciços naturais e, por isto, adequam-se melhor as teorias desenvolvidas para as análises de estabilidade.

Figura 1: Taludes naturais são também conhecidos como encostas. Fonte: bibocaambiental.blogspot.com.br

A estabilidade de taludes é um tema que necessita de muitos estudos, pois as condições de estabilidades são distintas para os diversos materiais que compõem o solo e rocha e a instabilidade dos mesmos podem envolver perdas econômicas e de vidas humanas (Pinto; Júnior; Gatts, 2001). Desta forma, as pesquisas relacionadas à estabilidade de talude e encostas naturais concentram desenvolvimento técnico-científico relacionado a diversas áreas do conhecimento, como Engenharia de Minas, Engenharia Civil, Geologia, Geologia da Engenharia, Geomorfologia e Mecânica dos Solos e das Rochas (Oliveira; Brito, 1998).

No caso de análise de estabilidade de taludes em mineração, o tema se torna mais amplo e complexo, pois além de englobar análise de estabilidade de talude de pilhas de estéril, talude de barragens para contenção de rejeitos, talude de vias ou acessos rodoviários e talude de escavação, a geometria deste último representa a otimização da economia e segurança das escavações na lavra (Reis, 2010).

Os ensaios laboratoriais de caracterização mecânica dos solos constituem uma das componentes de grande relevância na engenharia geotécnica. Estudos mais detalhados para caracterizar o comportamento tensão-deformação dos solos contribuem para um dimensionamento mais racional das obras a serem realizadas.

Para tal, torna-se indispensável um programa avançado de ensaios laboratoriais de precisão. De uma forma resumida, pode-se dizer que a caracterização do comportamento tensão-deformação-tempo do solo deverá contemplar ensaios de campo, ensaios laboratoriais e observação do comportamento em escala real.

Os ensaios a serem realizados deverão visar a caracterização física e mecânica dos materiais. A caracterização física é feita habitualmente recorrendo a ensaios de rotina simples como: análises granulométricas, determinação dos limites de consistência e do teor em água natural (nos solos finos), ensaios de compactação, determinação da massa volúmica através de amostras representativas e determinação da densidade das partículas sólidas. Este conjunto de ensaios proporcionam a obtenção de parâmetros índice que identificam não só a natureza do solo, bem como podem ser correlacionados com as suas propriedades mecânicas.

Vulcão é uma estrutura geológica em que ocorre o fenômeno natural responsável pelo lançamento de material magmático, cinzas e gases oriundos do interior da Terra para a superfície.

Origem

A origem e distribuição dos vulcões está relacionada com a distribuição das placas tectônicas,massas rochosas rígidas que formam a crosta terrestre e que deslizam sobre o manto, material subjacente de consistência plástica.

Quando ocorre o choque entre duas placas oceânicas, uma delas mergulhará sob a outra e sofrerá fusão. Na zona de subducção surge então um conjunto de pequenas ilhas vulcânicas distribuídas em forma de arco, 95% de todos os vulcões visíveis, estão em zonas de subducção.

Os métodos de investigação geológica consistem em procedimentos que visam decifrar as características principais do solo quanto aos parâmetros físicos, químicos e biológicos para dessa forma possibilitar o seu uso e ocupação. Basicamente o estudo da crosta através de determinadas metodologias tem como objetivo delimitar espacialmente os corpos terrestres e determinar suas características e propriedades geomecânicas através de um conjunto de processos de investigação aplicado em um local para o conhecimento das unidades geológicas.

A geologia divide os métodos de investigação geológica em dois tipos: direto e indireto. Ambos são aplicáveis na verificação da superfície e subsuperfície.

No texto de hoje iremos tratar sobre a classificação de solos na Geologia de Engenharia, e o solo recebe definições distintas de acordo com a área que o estuda.

Pedologia:  Material natural constituído de camadas ou horizontes de compostos minerais e ou orgânicos, diferindo do material original (química, física, morfológica, mineralógica e biológica)

Edafologia: Material terroso capaz de fornecer nutriente para as plantas

Engenharia civil: Material terroso de fácil desagregação pelo manuseio ou ação da água

Geologia de engenharia: Material terroso resultante dos processos de intemperismo e transporte, escavável com lâmina

Mas afinal o que é o solo? O solo é a camada mais externa da superfície da terra, se formando sobre a litosfera, a partir do intemperismo das rochas.

Na região central do Estado da Bahia, borda leste da Chapada Diamantina, ocorre um extenso planalto carbonático, drenado pela bacia do Rio do Una, no qual se insere o Poço Encantado, uma caverna de aspecto único e rara beleza, que atrai uma média de 7.000 visitantes por ano. A caverna do Poço Encantado é uma feição cárstica desenvolvida em dolomitos do Grupo Una, com grande relevância científica, uma vez que se trata de um local de observação direta do nível d’água, através de um grande e profundo lago, ilustrando um dos padrões morfológicos típicos de cavernas da região (salões de abatimento em fundos de depressões que levam ao nível d’água), servindo de abrigo para espécies endêmicas da região da Chapada Diamantina, o que torna esta caverna extremamente importante para preservação (Karmann, 2000) .

Conforme previsto no artigo 176 da nossa Constituição Federal, os recursos minerais “constituem propriedade distinta  do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União”. Isso significa que independentemente de quem for a propriedade de certo terreno, havendo ali recursos minerais, estes não lhe pertencerão, pois seu único proprietário e possuidor é a União.

Buscando o controle das atividades de exploração de recursos minerais por pessoas privadas que o Código Minerário, aprovado pelo Decreto-Lei 227/67, criou diferentes tipos regimes de aproveitamento a serem concedidos pela União, através do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), que foram separados de acordo com o grau de dificuldade de seu aproveitamento, a variedade de substâncias minerais, o destino da produção obtida, além de aspectos de caráter social.

Sambaquis (palavra de origem Tupi que significa, literalmente, -monte de conchas-) são sítios arqueológicos deixados pela população que habitava a costa brasileira muito antes dos tupis-guaranis -ao menos 8.000 anos atrás, ocupando principalmente zonas de tons ecológicos cambiantes, como regiões lagunares e áreas recortadas de baías e ilhas. Estes sítios (também chamados de concheiros) variam bastante de tamanho e, especialmente no litoral sul catarinense, podem atingir dimensões impressionantes, alcançando até 70 metros de altura e 500 metros de comprimento. Em geral exibem uma sucessão estratigráfica de composição diferenciada: camadas de conchas mais ou menos espessas intercaladas por numerosos estratos finos e escuros, ricos em materiais orgânicos, com muitas estruturas distribuídas em áreas específicas.

A prospecção geoquímica, também chamada de exploração geoquímica, é uma aplicação da ciência geoquímica aos propósitos da exploração mineral. Baseia-se no conceito de que os depósitos minerais representam concentrações anômalas de elementos na crosta da Terra, contrastando fortemente com suas encaixantes com teores normais.

Pela ação de processos químicos e físicos na superfície ou próximo dela, essas concentrações anômalas são incorporadas ao ciclo do intemperismo com a dispersão de seus componentes. Esse processo produz um halo de dispersão em forma de leque ou pluma, que configura um alvo exploratório muito mais amplo que o próprio corpo mineralizado.

A exploração geoquímica requer a medida de uma ou mais propriedades químicas em materiais naturais, tais como rocha, solo, sedimentos ativos de drenagem, concentrados de minerais, águas superficiais ou subterrâneas, vegetação, poeira ou gases. Os parâmetros mais comumente medidos nos procedimentos de exploração geoquímica para detecção de jazimentos minerais são os teores de elementos ou compostos químicos, ou então medidas de parâmetros como pH, Eh ou condutividade elétrica.

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