Mobilidade Geográfica e Pandemias Mundiais

Mobilidade Geográfica e Pandemias Mundiais

Ao longo da história da humanidade vários tipos de bactérias, vírus e outros microorganismos trouxeram consequências negativas para à humanidade, e muitas das vezes superaram as mais terríveis guerras, terremotos e erupções de vulcões.

O mundo hoje vive um caos decorrente de uma Pandemia que se iniciou no território Chinês e se alastrou por todo mundo, derrubando todas as barreiras geográficas.

Mas o que é uma Pandemia? Do que ela difere de uma Epidemia?

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. O termo é utilizado quando uma epidemia – grande surto que afeta uma região – se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa.

Já uma epidemia é quando a disseminação de algumas doenças ocorrem somente em uma comunidade e ou região específica.

Atualmente do mundo, há mais de 120 países com casos acometidos pela infecção do covid-19 (Figura 01).

Figura 01: Mapa mundi com a distribuição da pandemia do coronavírus –covid19. Foto: Reprodução/ Universidade Johns Hopkins

Mas como uma doença é capaz de se espalhar de uma forma tão rápida e a grandes distâncias do seu local de origem?

Vírus e bactérias tem grande capacidade de sobrevivência e facilidade de adaptação em um tempo curto, essa habilidade garante sua sobrevivência até os dias de hoje.

Os microrganismos apresentam essa habilidade de adaptação, e quando os humanos modificam o ambiente onde vivem para aumentar as chances de sobrevivência, esses microrganismos também se modificam para aumentar as suas chances. Assim, outros seres evoluem e se estabelece um ciclo (Magalhãe e Machado, 2014).

É impossível compreender as epidemias sem abranger a velocidade dos deslocamentos populacionais, os quais devem ser levados em consideração na rapidez das medidas de controle a serem implementadas, ou seja, na vigilância dos agravos na transmissão. Hoje ficou bem clara a correlação de doenças e a mobilidade geográfica dessas epidemias por meio de indivíduos infectados: as epidemias locais, tornam-se pandemias mundiais.

As grandes aglomerações tanto de pessoas quanto de aves favorecem a disseminação de doenças, além de hábitos alimentares exóticos como o consumo de animais silvestres aumentam a chance de recombinações entre tipos diferentes de vírus. A grande variabilidade do vírus Influenza se deve a essa dinâmica em constante movimentação.

A globalização e avanço tecnológico facilitou o transporte de animais usados para consumo humano por grandes distâncias; além do mais a migração de alguns animais como por exemplo as aves, também pode ser considerada uma alavanca na disseminação desses vírus.

Epidemias e Pandemias  ocorridas no mundo

A difusão de doenças pelo mundo tem história de muitos séculos.

Peste Negra

No século 14, a peste negra (peste bubônica), que dizimou cidades europeias, foram 50 milhões de mortos (Europa e Ásia) – 1333 a 1351. Ela foi sendo combatida à medida que se melhorou a higiene e o saneamento das cidades, diminuindo a população de ratos urbanos.

Tubercolose

Conhecida desde a Antiguidade, teve sua primeira epidemia global em 1817, com 1 bilhão de mortos  de 1850 a 1950. Desde então, o vibrião colérico (Vibrio cholerae) sofreu diversas mutações, causando novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos.

 Varíola

A doença atormentou a humanidade por mais de 3 000 anos. Foram 300 milhões de mortos entre 1896 a 1980. Erradicada desde 1980, após campanha de vacinação em massa.

Gripe Espanhola

O vírus Influenza é um dos maiores vilões da humanidade. A mais grave epidemia foi batizada de gripe espanhola, embora tenha feito vítimas no mundo todo. Foram um total de 20 milhões de mortos entre 1918 a 1919–

  Tifo

A doença é causada pelas bactérias do gênero Rickettsia. Como a miséria apresenta as condições ideais para a proliferação, o tifo está ligada a países do Terceiro Mundo, campos de refugiados e concentração, ou guerras.  Foram 3 milhões de mortos (Europa Oriental e Rússia) – 1918 a 1922. O tifo murino (ou endêmico) é transmitido pela pulga do rato

 Febre Amarela

O Flavivírus, que tem uma versão urbana e outra silvestre, já causou grandes epidemias na África e nas Américas. Em cada ano, a febre amarela causa 200 mil  infeções e 30 000 mortes, das quais cerca de 90% ocorrem em África.

Sarampo

Era uma das causas principais de mortalidade infantil até a descoberta da primeira vacina, em 1963. Com o passar dos anos, a vacina foi aperfeiçoada, e a doença foi erradicada em vários países. Foram 6 milhões de mortos por ano – Até 1963.

Malária

Em 1880, foi descoberto o protozoário Plasmodium, que causa a doença. A OMS considera a malária a pior doença tropical e parasitária da atualidade, perdendo em gravidade apenas para a Aids.  Foram 3 milhões de mortos desde 1980.

Dengue

A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos que nos últimos anos se espalhou rapidamente por todas as regiões. O vírus da dengue é transmitido por mosquitos fêmea, principalmente da espécie Aedes aegypti e, em menor proporção, da espécie Aedes albopictus. Esses mosquitos também transmitem chikungunya e zika. 

Apenas em 2019, foram registrados mais de 1,5 milhão de casos prováveis da enfermidade no país.  A dengue causou o óbito de 782 infectados somente no ano passado. O número de registros cresceu quase 700% entre 2018 e 2019 e a taxa de mortalidade ficou sete vezes maior.

 Aids

A doença foi identificada em 1981, nos Estados Unidos.  Desde o começo da pandemia de HIV/Aids quase 78 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV e cerca de 39 milhões morreram de Aids. A África Sub-Saariana é a região mais severamente afetada do mundo, com quase 1 em cada 20 adultos vivendo com HIV, representando cerca de 71% das pessoas vivendo com HIV em todo mundo (OMS).

 Vivendo em um mundo globalizado os problemas decorrente de doenças infecciosas se faz presente a todo instante. Vimos que epidemias e surtos de doenças em lugares remotos podem resultar em surtos mundiais. Hoje, as fronteiras de quase todos os países encontram -se fechadas na tentativa de conter um vírus que afeta a saúde da população mundial.

Referências Bibliográficas

As grandes epidemias ao longo da história. https://super.abril.com.br/saude/as-grandes-epidemias-ao-longo-da-historia/. Acesso em 04 de abril de 2020.

Conceitos epidemiológicos e as pandemias recentes: novos desafios, 2014 . http://www.scielo.br/pdf/cadsc/v22n1/1414-462X-cadsc-22-01-00109.pdf . Acesso em 04 de abril de 2020.

Humanos que comem animais selvagens sem controle, um barril de pólvora para a saúde mundial.Pandemia de aids. http://centroriosaudeglobal.org/?page_id=237. Acesso em 04 de abril de 2020.

https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2020/03/23/quase-todos-os-paises-ja-registraram-coronavirus-e-pandemia-se-acelera-diz-oms. Acesso em 04 de abril de 2020.

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/pandemias-o-que-e-e-como-a-globalizacao-potencializa-o-problema.htm?cmpid=copiaecola. . Acesso em 04 de abril de 2020.

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