O Quadrilátero Ferrífero encontra-se localizado na região centro-sul do estado de Minas Gerais, entre as cidades de Belo Horizonte e Ouro Preto. O nome Quadrilátero Ferrífero (QF) é devido a região ser rica em formações ferríferas e jazidas de minério de ferro, contidas em uma área que se assemelha a forma de um quadrado no mapa.
Geologicamente, é uma das maiores províncias minerais do planeta e um importante terreno pré-cambriano – a mais antiga e longa das Eras Geológicas, que se estende desde a formação da Terra, há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, até 570 milhões de anos atrás. Sua geologia foi estabelecida por mapeamentos realizados pelo antigo DNPM e agora ANM, pela USGS e por Dorr (1946-1962).
O QF apresenta três unidades geológicas principais:
- ígneas e metamórficas do embasamento cristalino – Complexo Granito-Gnáissico e parte do Supergrupo Rio das Velhas (geralmente mais erodidas);
- rochas vulcânicas e sedimentares do Supergrupo Rio das Velhas;
- rochas metassedimentares, do Supergrupo Minas, Grupo Itacolomi e Supergrupo Espinhaço.
As serras são compostas por rochas do Supergrupo Minas (mais resistentes a erosão), como quartzitos e formações ferríferas.
Complexo Granito-Gnáissico
O Complexo Granito-Gnáissico aflora em três regiões diferentes: no centro do QF, próximo a cabeceira do Rio das Velhas, denominado Complexo Bação; a norte da Serra do Curral, denominado Complexo Belo Horizonte; e a oeste da Serra da Moeda, denominado Complexo Bonfim.
As rochas dessa região são constituídas por gnaisses bandados de composição tonalítica e granodiorítica que possuem feições de migmatização (processo metamórfico que forma migmatitos). Além dos gnáisses ocorrem também corpos intrusivos de composição granítica, faixas de rochas vulcanosedimentares e diques.
Supergrupo Rio das Velhas e Supergrupo Minas
As unidades do Supergrupo Rio das Velhas e Supergrupo Minas se iniciaram com a formação de uma bacia vulcanossedimentar (rica em rochas vulcânicas arqueanas) e prosseguiram durante o Proterozóico com a formação de uma bacia sedimentar com pouco ou nenhum vulcanismo.
Depois de formadas elas sofreram orogênese (processos geológicos que resultam uma formação de uma cadeia de montanhas que se relacionam com a tectônica compressional de placas tectônicas), com dobramentos e metamorfismos que geraram as cadeias de montanhas. Aos pouco o relevo foi aplainado devido a erosão, a partir daí o ciclo se repete.
O Supergrupo Rio das Velhas é constituído por rochas vulcânicas (principalmente basalto) e sedimentares, as vezes de fundo oceânico. Esse conjunto de rochas vulcanossedimentares sofreu orogênese com metamorfismos e dobramentos que resultaram na formação de diversos tipos de xistos.
Estão contidos no Grupo Nova Lima, sua unidade basal, os principais depósitos de ouro do QF. Essa unidade é composta por rochas vulcânicas e sedimentares metamorfizadas em baixo grau. As rochas vulcânicas, incluem principalmente o basalto, podendo ser Komatiítico (rico em MgO) ou Toleíticos (menos MgO e mais FeO).
Dentre as rochas sedimentares se destacam os metapelitos (rica em argila e silte), BIF (rica em quarzo e hematita – magnetita) e quartzito (arenito metamórfico).
Supergrupo Minas
O Supergrupo Minas pode ser subdividido em três unidades: unidade elástica basal (Grupo Caraça), unidade química intermediária (Grupo Itabira) e unidade clástica e topo (Grupo Piracicaba e Sabará).
O contato entre o Grupo Caraça e o Grupo Itabira é descontínua, ou seja, com erosão. O Supergrupo Minas foi depositado em uma bacia com sedimentação inicialmente continental e posteriormente marinha, com formação de arenitos, conglomerados, pelitos, rochas carbonáticas (dolomitos) e BIF.
Esta bacia foi preenchida por sedimentos originados da erosão do Complexo Granito-Gnáissico e do Supergrupo Rio das Velhas.
Os depósitos de ouro do QF estão relacionados a evolução do Supergrupo Rio das Velhas, bacia com processos alternados de vulcanismo e sedimentação. Durante a evolução desta bacia, ocorreu abertura do fundo oceânico e extrusão de lava basálticas. A água do mar penetrou por entre as lavas, sofreu aquecimento (300-350 C) e se transformou em fluído hidrotermal rico em metais (Fe, Mn, Au, Zn, Cu, Co, etc).
Os metais foram retirados das rochas vulcânicas e transportados. Esse fluído ascendeu, exalou no fundo do mar e precipitou na forma de sulfetos (pirita, pirrotita, arsenopirita) juntamente com sedimentos (cherts, matéria carbonosa e grauvacas) no fundo do mar.
Portanto, sedimentos precipitados no assoalho oceânico, principalmente BIF e sedimentos sílico-carbonáticos (lapa-seca), são as rochas hospedeiras das mineralizações.
Referências
Alkmim, F.F. & Marshak, S. 1998. Transamazonian Orogeny in the Southern São Francisco Craton Region, Minas Gerais, Brazil: evidence for Paleoproterozoic collision and collapse in the Quadrilátero Ferrífero. Precambriam Research, 90:29- 58.
Baltazar, O.F.; Baars F.J.; Lobato, L.M.; Reis, L.B.; Achtschin, A.B.; Berni, G.V.; Silveira, V.D. 2005. Mapa Geológico Mariana na Escala 1:50.000 com Nota Explicativa. In: Projeto Geologia do Quadrilátero Ferrífero – Integração e Correção Cartográfica em SIG com nota explicativa. Lobato et al. (2005) CODEMIG. Belo Horizonte.
Dorr II, J.V.N. 1959. Esboço Geológico do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, Brasil. In: DNPM-USGS. Publicação Especial 1.
Ruchkys, Úrsula, & Machado, M. M. M. (2015). Oficinas de sensibilização para conservação de sítios geológicos do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brasil. Terrae Didatica, 8(1), 24-33. https://doi.org/10.20396/td.v8i1.8637424
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